Share the post "A história de um Pai que NÃO amava a seu filha: “Quero pedir desculpas à Loulou.”"
Como para muitos de nós, este Pai quando viu o filho pela primeira vez, não sentiu Amor à primeira vista.
O Mundo “perfeito” do fotógrafo Phillip Toledano desabou quando foi pai pela primeira vez aos 40 anos. Foram 18 meses de mudanças radicais e dificuldades da paternidade: poucas horas de sono, gritos, um ambiente diferente com a mulher e medo de ficar a sós com a bebé.
As primeiras impressões sobre a filha estavam muito longe de serem tolerantes ou cheias de amor, e de ironia também não tinham nada (vai já compreender porquê). Para ele, a filha Loulou não era um bebê mas sim um extraterrestre que tinha “aterrado” na vida dele, e se tinha apoderado da atenção da mulher. Não tinham nada em comum.
Com o tempo, estas ideias foram desaparecendo.
Toledano passou de observador a participante, de fotógrafo a pai.
Veja aqui a sequência de fotos da sua filha, e os comentários do pai em relação às fotos mostradas, veja a sequência completa até finalmente encontrar dentro dele o AMOR INCONDICIONAL que existe de um Pai para um filho:
Veja
“Foi assim que tudo começou (Bem, obviamente, não foi exactamente assim)”
“Como é que eu podia ser pai? Isso não é algo que acontece aos outros? Sentia-me esmagado por um tsunami de amor? Nem por isso…”
“Não sentia nenhuma ligação emocional. Era como tentar ter um relacionamento com uma esponja do mar ou um protozoário unicelular. Ela não fazia nada. Ou, pelo menos, nada que eu pudesse entender”
“E lá estava Carla, a minha mulher. Quando a Loulou nasceu, ela desapareceu”
“Sentia a falta dela. De nós os dois. O espaço infinito que parecia que tínhamos. O silêncio. A elasticidade ocasional das nossas vidas”
“Sentia-me puxado para baixo. O meu substituto: um extraterrestre”
“Leva-me ao teu líder”
“Tudo o que a Loulou fazia era absolutamente incompreensível. Como comer, por exemplo. Parecia que estava a ver um documentário da vida selvagem”
“A primeira vez que ouvi o espirro da Loulou fiquei tão feliz. Algo humano, com o qual me podia relacionar”
“Até o nosso cão não se interessava pela Loulou. Só quando ela estava a comer. Aí ficava hipnotizado”
Lembro-me de mencionar à Carla que os gritos deixavam-me louco. Ela disse-me: ‘Eu sei, não é de partir o coração?’. Eu queria dizer louco para atirar a bebé fora da janela”
“Alguns homens bebem para lidar com os gritos do bebé. Eu fiz pratos. Achei que eram cómicos mas a Carla não achou piada. Quando as pessoas me pediam para ver uma foto da Loulou, era esta que eu mostrava”
“Previsão meteorológica: possibilidade de chuva forte: 100%”
“E não vamos esquecer o complexo da indústria infantil: lenços aquecidos para limpar o rabo do bebé, esterilizador de biberões e DVD’s de ‘Yoga para bebés'”
“Percebi que os bebés gostam de cores fortes. Ou pelo menos, as empresas de brinquedos acham que eles gostam. Será que existem brinquedos que não nos façam ficar enjoados ou com convulsões?”
“Podem imaginar como é que eu me sentia a viajar com a Loulou. De repente, eu era o palhaço com uma criança que parecia uma sirene de um ataque aéreo. Todos olhavam. Eu sorria e estupidamente dizia ‘desculpe, desculpe, desculpe'”
“A chegada da Loulou fez-me pensar na minha própria mortalidade. Quando ela tiver 20 anos, eu vou ter 60. Será que irei parecer um velho para ela? Confuso com o que ela usa, como ela fala?”
“Nos últimos 4 anos, ambos os meus pais morreram. Há tanta coisa que eu gostava de poder perguntar à minha mãe. Como é que eu era na idade dela? Eu fiz isto? Quanto temos uma criança ela torna-se o nosso passado, presente e futuro”
“É triste, mas com o tempo percebo que todos os clichés são verdadeiros. Comecei a fazer uma coisa que disse que nunca iria fazer: fotografias do bebé”
“Quando vejo as fotografias antigas, começo a perceber a minha metamorfose lenta e inevitável: de observador imparcial a participante entusiasta. De fotógrafo a pai”
“Quando as pessoas me diziam que a minha vida ia mudar quando a Loulou começasse a sorrir, elas estavam certas. O humor é a minha língua. Então, quando a Loulou começou a falar essa língua foi extraordinário. Nós entendíamo-nos um ao outro”
“É surpreendente. Há um sentimento de amor nestas imagens que não estava lá antes”
“Quero pedir desculpas à Loulou. Um dia, ela vai ver estas fotografias e ler estas palavras. Quero que ela saiba que apesar de eu ter achado o início da sua vida bastante desconcertante, estou tão feliz que ela esteja aqui agora. Amo-te muito Loulou”
“Gostava de dizer umas coisas para a futura Loulou. Por favor, não uses calças largas com as letras ‘Juicy’ no rabo. Não te tornes gótica, ou ‘emo’ ou olhes para mim através de seis camadas de sombra preta. Lembra-te que antes de ser teu pai, eu era uma pessoa. Jovem, confuso, como tu”
“Para os meus pais. Gostava que tivessem tido a oportunidade de conhecer a vossa neta. Tenho saudades vossas. Falo muitas vezes sobre vocês à Loulou. Penso em tudo o que me deram, e espero poder dar-lhe o mesmo”
fonte: publico.pt e imagens fotográficas de thereluctantfather.com