Gravidez ectópica: tudo o que precisa de saber
Pode acontecer a qualquer mulher, por isso, a deteção precoce de uma gravidez ectópica é a melhor forma de transformar um problema sério num simples contratempo.
Não é uma situação frequente, mas exige cuidados imediatos. Sabe o que é uma gravidez ectópica? Trata-se de uma gestação que ocorre no lugar errado, ou seja, fora do útero materno.
Na esmagadora maioria dos casos, desenvolve-se numa das trompas de Falópio (razão pela qual também é conhecida como gravidez tubária).
O fenómeno gera sintomas específicos que não podem ser ignorados (pelo bem-estar da mulher). Num caso destes, o bebé tem de ser removido, uma vez que é impossível transferi-lo das trompas para o útero.
É fundamental que a futura mamã esteja muito atenta aos sinais do seu corpo para que a detecção de uma eventual gravidez ectópica (que costuma ser observada entre a 4.ª e a 10.ª semanas) seja imediata.
Quais os principais sintomas da Gravidez ectópica ?
Nem sempre é fácil identificar uma gestação do género, uma vez que, inicialmente, os sintomas são muito semelhantes aos de uma gravidez normal (atraso menstrual, fadiga, seios inchados, enjoo e aumento da micção). No entanto, com o tempo, é frequente que as mulheres se apercebam de outros sinais (estes sim são preocupantes).
O sangramento vaginal incomum é um deles, assim como a dor forte e persistente de um dos lados do abdómen. Se uma gravidez ectópica não for diagnosticada com rapidez, a trompa é dilatada pelo embrião, correndo o risco de romper (provocando uma hemorragia interna). Transpiração, tonturas, diarreia, sangramento nas fezes e desmaios também não podem ser ignorados.
Há outro detalhe: embora possa parecer estranho, uma forte dor no ombro também pode ser um dos sintomas (caso a hemorragia interna tenha começado a irritar outros órgão, nomeadamente o diafragma).
Diagnóstico e tratamento da Gravidez ectópica
Qualquer um dos sinais indicados é um alerta de que a grávida tem de ir imediatamente ao médico.
Mas não se assuste: a maior parte das gestações ectópicas é detetada a tempo de se programar a cirurgia de remoção de forma relativamente tranquila. Para confirmar o diagnóstico, a mulher realiza uma ecografia transvaginal e exames de sangue específicos.
Se os médicos desconfiarem tratar-se de um caso destes (e não tiverem conseguido confirmá-lo no ultra-som), podem efetuar um exame laparoscópico (introduzem uma câmara no abdómen, através de um pequeno corte, e verificam as trompas).
O tratamento dependerá sempre do estado da gravidez. Se ainda não houver sangramento, a gestação pode ser interrompida com recurso a medicamentos ou à cirurgia.
Na presença de sinais mais graves (hemorragia ou altos níveis de hCG), a operação é o cenário mais provável (os medicamentos já não funcionam nesta fase).
Existem fatores de risco na Gravidez ectópica?
Apesar de poder afetar qualquer mulher, a gravidez ectópica pode surgir mais facilmente mediante determinadas circunstâncias. De referir que, regra geral, o fenómeno ocorre na sequência de uma lesão na trompa (que bloqueia ou estreita a passagem do óvulo fertilizado).
As mulheres que fumam, que já tiveram doença inflamatória pélvica, que sofrem de endometriose tubária, que já tenham feito uma cirurgia abdominal ou uma fertilização in vitro (FIV) são mais propensas a desenvolverem este problema.
Há uma pergunta à qual não se pode fugir: após uma gestação ectópica, a fertilidade será afetada?
Muito provavelmente sim (a não ser que as trompas não tenham sofrido danos). No caso de uma das tubas ter rompido ou sofrido graves lesões, a probabilidade de voltar a engravidar diminui significativamente.
De qualquer forma, que seja o universo a decidir, tal como defende Scheila Rodrigues (que viveu, na pele, um casos destes, partilhando, em vídeo, a sua experiência).
Se tiver realizado uma laparoscopia, aguarde três ou quatro meses e tente engravidar novamente! Se enfrentou uma cirurgia, espere meio ano (para que haja cicatrização completa) e arrisque com confiança! O que tiver de ser, será! Ficamos a torcer por si!